PASTORAL DA JUVENTUDE - Nosso Jeito de Ser
|PASTORAL DA JUVENTUDE
Nosso jeito de ser
Marcionei Miguel da Silva
A Pastoral da Juventude reinventa caminhos, cria oportunidades, abre as portas para o diálogo e mantém viva sua memória. O grito da juventude é o grito da Igreja. Somos Igreja que busca libertação a partir da marcha marcada pelas pegadas impregnada de sentido histórico, de sorriso e de acampamentos. Os violões “choram” melodias proféticas e as vozes declamam lágrimas poéticas. O nosso intuito é “brigar” pelo nosso “lugar teológico”. É preciso reinventar o passo, conscientizar as massas e trabalhar as grandes causas de maneira personalizada. Queremos defender nossos espaços, garantir nossos direitos e continuar nosso processo contínuo de formação, tanto para jovens quanto para adultos que estão fazendo um trabalho na área da assessoria. Sabemos que é tempo de multiplicar sonhos, fortalecer nossa memória dos 25 anos do DNJ e mostrar a nossa “cara” nas atividades permanentes. Acreditamos que os heróis de hoje não são individuais, mas coletivos. O grande “herói” do nosso tempo é a organização e essa bandeira a Pastoral da Juventude carrega em seu peito. Não é uma pessoa isolada que vai fazer o novo acontecer, mas os inúmeros núcleos, nas mais diferentes comunidades, nas CEBs (Comunidade Eclesial de Base), nas Escolas Bíblicas, nas Jornadas das Juventudes, no CAJO (Curso de Assessores de Jovens), no curso de Animadores para as nossas lideranças e na prioridade da realidade juvenil em todos os planos pastorais de nossas dioceses de nosso imenso Brasil.
Preocupa-nos o mundo do crack e das drogas em geral, da violência, das fragilidades formativas, dos esvaziamentos familiares e do isolamento. As notícias mais importantes não estão sendo veiculadas. Não vivemos “só” de Copa do Mundo e Olimpíadas. As grandes iniciativas, a defesa pela vida e a preocupação com o meio ambiente nos deixam, deveras, angustiados. O que podemos fazer para que a outra metade do nosso país não seja devastada pelas queimadas? O que podemos fazer para que outros jovens não sejam vítimas do preconceito e da violência dentro do próprio lar? O que podemos fazer para que as crianças possam ser amadas por todos nós como prioridade absoluta? A nossa Igreja é a soma de todas as forças, em especial da juventude que busca uma maior unidade nas diferenças. As opiniões diferentes não podem nos esmagar e nem omitir as nossas opiniões.
Queremos nossos cantos de volta, nossas bandeiras nas praças, nossas vozes nos microfones e nossas preces no coração e na vida. Também sabemos ser místicos e trabalhamos nossos símbolos de maneira profunda e transformadora. Estamos de olho nas grandes causas nacionais, no problema do Belo Monte e do Xingu, das barragens que estão atrapalhando a vida de tantas pessoas humildes e simples e das propostas políticas que escondem muitas verdades. A nossa luta é com os últimos, com os mais fracos, com os mais pobres, com aqueles que não tem pão pra comer. Queremos justiça e dignidade para todos. A nossa luta está enraizada na teologia Latino-Americana e caminha em plena comunhão com o Evangelho. O nosso olhar se volta para o outro, para o rosto do outro, para aquele que acredita no respiro da vida.
Não precisamos fazer tudo sozinho, mas temos que fazer muita coisa ao mesmo tempo, porque somos em muitos, somos grandes, somos fortes, somos unidos e somos propagadores da Boa-Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não vamos deixar de ler teologia, espiritualidade, filosofia, sociologia e pedagogia. Queremos jovens bem preparados para enfrentar os grandes vazios de nossa sociedade que o princípio do não compromisso gerou. É hora de preparar as bases para firmar o alicerce, pois a construção de um outro mundo possível está apenas começando. Isso é Pastoral da Juventude, esse é o nosso jeito de ser.
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